Estamos acostumados a relacionar nossa idade a rótulos e isso se deve muito ao conceito de geração. Por exemplo, os Baby Boomers,
nascidos de 1946 a 1964. A geração X, de 1965 a 1979. Os millennials, também conhecidos como geração Y, da década de 80 ao fim dos anos 90. E a geração Z, que vai até 2010. Mas será que a idade é o suficiente para definir as pessoas, como se todos de uma faixa etária fossem semelhantes e tivessem os mesmos gostos e preocupações?
Pensando nisso, foi criado o movimento dos Perennials, que vai muito além do conceito de idade. Até porque não se pode limitar um interesse à determinada geração de uma mulher ou homem. Ou seja, gostar de um determinado assunto não tem a ver com quantos anos uma pessoa tem, não é?
Por aqui, vamos entender o que é ser Perennial e como esta mentalidade nasceu. Tudo isso também sob a ótica de Consuelo Blocker, parceira querida e que vive esse conceito diariamente. A ideia é repensar rótulos e padrões. Vamos lá?
O que são os Perennials?
Ser Perennial não é uma questão de geração e de quantos anos você tem, mas sim de viver no tempo presente, ter amigos das idades mais variadas, ser curioso, além de entender e usar as mais diversas tecnologias. Moral da história? Não é a data que consta no seu RG ou seu gênero que vai definir quem você é e do que você deve gostar, mesmo porque as pessoas são múltiplas.
A ideia por trás da palavra é não se prender a padrões. Perennials podem ser aqueles com mais de 40, da geração Z ou qualquer outra faixa etária. Acima de tudo, é mais uma questão de mentalidade do que de demografia.
Como o conceito surgiu?
O conceito é recente e surgiu por volta de 2016 a partir de um artigo escrito por Gina Pell, chefe de conteúdo na The What, que se chamava Meet the Perennials — Because age ain’t nothin’ but a number (Conheça os Perennials — Porque a idade não é nada além de um número, em tradução livre). O termo foi escolhido por estar relacionado a tudo o que é duradouro, recorrente e sempre florescente.
Nesse texto, Gina diz que “a palavra não é um eufemismo para pessoas com mais de 40 anos. Os Millennials podem ser Perennials. Os octogenários também. Até as crianças podem ser perenes”. Alguns exemplos de celebridades Perennials, de acordo com Gina, são Sarah Jessica Parker, Lady Gaga, Emma Watson, Elon Musk e Tony Bennett — pessoas antenadas ao tempo presente.
Consuelo Blocker influencia um público de idade variada, tem interesses múltiplos... Seria ela uma perennial? “De acordo com as definições, acredito que sim. Mas é interessante ir além dos rótulos. Quem gosta deles são os sociólogos e a indústria, até porque precisam disso para seus trabalhos”, conta.
A influenciadora também faz um questionamento necessário e que vai ao encontro do movimento: “é interessante pensar por que a gente valoriza tanto o jovem e essa cultura do Botox de não demonstrar a idade. Por que não podemos ter rugas na testa? Por que uma mulher assim não pode se sentir bonita?”, questiona.
Quais as características que envolvem os Perennials?
A fala de Consuelo aponta para a aceitação de ser quem é sem se importar com padrões, que tem tudo a ver com o movimento proposto por Gina Pell. Além disso, é importante apontar outras características dos Perennials:
Além da idade
Ser perennial é estar confortável consigo mesmo, se sentir bem com seu próprio corpo sem se definir pela idade. Foi assim que Consuelo aceitou um convite para uma campanha de lingerie. “Quando eu fiz o ensaio de fotos, estava feliz comigo mesma. Uma mulher de 50 anos também é sexy e tem sua beleza”, afirma.
Apesar das críticas que vieram, a influenciadora se manteve segura. “Eu tenho filhos, tenho contas a pagar. Acabei absorvendo as críticas, mas sinto que falta muito ainda no sentido de aceitar a mulher madura em sua sensualidade, principalmente no Brasil”.
Curiosidade perante a vida
Quando se lê definições das gerações, é comum se deparar com características próprias para cada idade. Por exemplo, os millennials são superconectados, questionadores e pensam de forma global.
Porém, a verdade é que nem todos são exatamente assim, da mesma forma que as demais gerações também podem ser conectadas e ter outros interesses. Por isso, a ideia de ser perennial é muito mais ampla, sem ser excludente.
Amizades múltiplas
Millennial só anda com outros da mesma geração? Não mesmo! As amizades são muito mais uma questão de afinidade do que sobre o ano em que nascemos. O mindset de ser Perennial aponta esse fator como uma de suas características mais marcantes.
Marcas e Perennials: entenda essa relação
O consumo vai muito além de modismos e tendências, até porque os Perennials são mais seguros de si, sem sentir necessidade de fazer parte de um grupo específico — são de gostos variados que estamos falando, não é mesmo?
Consuelo Blocker explica um pouco sobre como ela faz suas escolhas: “como influencer, eu faço muitas parcerias e cocriações. Posso dizer que trabalho apenas com as marcas nas quais eu acredito. Também só uso aquilo com o que me identifico e gosto. Meu consumo é baseado em boas experiências. Adoro — e prefiro — consumir tudo de marcas brasileiras, até porque é com elas que trabalho”.
Por que precisamos falar sobre as perennials?
Não ser definido pela idade é um fato relevante e que faz muito mais sentido, até pela multiplicidade das pessoas e pelo fato de que, com a melhora da qualidade de vida, iremos viver cada vez mais tempo.
Voltando ao mindset criado por Gina Pell, vale citar as iniciativas da Netflix e da Amazon, por exemplo, que criaram mecanismos de recomendação para segmentar as pessoas com base em dados comportamentais em vez de estereótipos de gerações, que já não explicam muita coisa.
Mas é preciso ir além e repensar até mesmo adjetivos quase clichês, como Consuelo nos mostra: “eu tento não usar mais a palavra jovem para elogiar. Por exemplo, hoje acordei me sentindo jovem — no sentido de me sentir disposta ou cheia de vida. Assim como ser mais velho deve estar relacionado a ter mais experiência e sabedoria, não a alguém cansado e sem disposição”.
Sabedoria, aliás, que ajuda demais a encarar desafios de trabalho e família, apesar de o estresse existir. “Ainda estresso com problemas de trabalho, desafios familiares, mas tenho mais repertório e vivência para passar pelas dificuldades”, afirma a influenciadora.
Ser Perennial é estar imune a críticas?
Não é bem por esse caminho… Consuelo relembra algumas críticas que já sofreu como influenciadora: “tem quem me segue pelas dicas de produtos e pelo que posto diariamente. Mas, quando estou trabalhando muito e correndo, não consigo postar tanto conteúdo além dos publicitários e recebo críticas por isso”.
Ela continua: “muita gente não entende que ser influencer é cansativo, porque não paramos, eu mesma tenho menos tempo para a família, filhos, namorado. Estou trabalhando para não deixar que isso me tire ainda mais tempo, preciso entender quais oportunidades abraçar e não me abater tanto pelas críticas”. O que faz todo o sentido, até porque, acima de qualquer título, estamos falando de seres humanos!
O movimento dos Perennials é importante no sentido de ir além dos rótulos e, principalmente, da idade. As pessoas são essencialmente diversas para serem definidas pelo ano em que nasceram. “A internet permitiu uma democratização, inclusive da beleza. Não faz sentido nos prendermos a estereótipos”, aponta Consuelo. Resumindo? Ser quem você é e estar feliz com essa realidade é uma tendência que tem tudo para ser perene.
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