Colocar a mão na massa e fazer do seu jeito? Ou pagar para alguém realizar o serviço e não precisar se preocupar com nada? Veja o que acha da tendência Do It Yourself!
Não sei se você sabe, mas, apesar de bastante comentado hoje em dia, o Do It Yourself (DIY) não se resume a um dos efeitos da quarentena. Essa tendência, na verdade, já foi super cool na geração dos seus pais (ou, quem sabe, dos seus avós).
O movimento teve um grande pico lá pelos anos 1950, especialmente no contexto do pós-guerra na Grã-Bretanha. A ideia era bastante semelhante à da atualidade: misturar, inventar, criar, fazer por conta própria e ver no que vai dar.
Quer entender mais sobre o tema? Então, você vai gostar de saber que conversamos com Matheus Ilt — influenciador, criador de conteúdo, youtuber e uma das grandes referências quando o assunto é DIY! Ele nos contou um pouco sobre seu processo criativo e deu dicas para quem quer entrar nessa moda, mas ainda não sabe por onde começar. Confira!
O que é a tendência Do it Yourself?
Na tradução literal: faça você mesmo. A ideia é colocar a mão na massa, deixar a criatividade fluir e descobrir o resultado a partir do processo. Na prática, é possível fazer de tudo: desde customização das próprias roupas, passando pela pintura das paredes de casa e chegando à criação de objetivos decorativos.
Do It Yourself não tem, necessariamente, o objetivo de economizar. A proposta vai além das finanças. Na verdade, é uma tentativa de deixar o ambiente e os objetos pessoais com a própria cara, emprestando a eles um pouco da personalidade de quem pratica o DIY.
Então, é para quem tem atitude e um certo quê de não conformismo, mas, acima de tudo, não tem medo de se jogar. Isso porque é preciso aceitar que, sim, você pode falhar. Algumas criações não sairão da forma como foi imaginado e tudo bem, isso faz parte do processo.
Quais são as vantagens de adotar a tendência DIY?
Matheus Ilt é superfera em Do it Yourself. Por isso, tem autoridade para opinar: “Uma grande vantagem é conseguir imprimir sua personalidade a alguma coisa. Sem contar que, se você contratar alguém para fazer algo, mas depois não gostar do resultado, ainda precisará corrigir ou arrumar do seu jeito”.
Podemos dizer, ainda, que adotar o DIY é uma forma de se conectar consigo mesmo, com os próprios sentimentos, e de praticar o autocuidado, já que, quando você faz algo desse tipo, está exercendo aquele lado mais artístico e criativo. Isso exige se concentrar na própria mente.
Acaba sendo, inclusive, uma atividade terapêutica. Matheus conta que sempre gostou de fazer pequenas transformações em objetos pessoais para se distrair: “Quando estou precisando gastar um pouco de energia ou lidar com a minha ansiedade, faço alguma customização”, afirma.
Dá para começar assim do nada? Ou o Do it Yourself exige alguma técnica?
Aí vai a boa notícia: não precisa ter veia artística e nem procurar por cursos especializados. Mas existem alguns passos que facilitam esse caminho. Matheus ajudou a listá-los aqui!
Avance por níveis
Se você nunca fez nada parecido, talvez seja melhor começar por algo mais simples, como um banquinho que anda esquecido em sua casa. “Escolha uma coisa que não tenha um valor sentimental tão grande. Algo que você ache sem graça, mas que, ao mesmo tempo, não tenha problema de estragar. Porque, se você customizar, a chance de começar a gostar desse item é maior. Mas, se não ficar legal, você não sentirá tanto. Para ir para um objeto de que você gosta, eu recomendo ter um pouco mais de experiência”, recomenda Matheus.
Escolha materiais simples
Em grande parte das customizações de Do It Yourself, será necessário usar algum tipo de tinta, certo? Sendo assim, tente ir por aquele tipo mais simples, até pegar a prática. Matheus explica: “Acho complicado começar pelo spray. Ele é uma das melhores formas de pintar, mas não para quem está começando”.
Se possível, tente com algum material que já exista em casa. Por exemplo, se tem um pote de tinta marrom jogado em algum canto, ainda que não seja a sua cor preferida, faça testes com ele, antes de sair comprando outro produto.
Outro equipamento básico pode ser a furadeira. E, assim como a tinta, não precisa ser das mais modernas. “Na verdade, o equipamento nem sempre limitará o que você precisa fazer. Por exemplo, dá para pegar emprestado no começo. Já está ótimo”, sugere o influenciador.
Passe para pequenas reformas decorativas
Depois de testar em pequenos objetos, é o momento de mudar de fase. Matheus aconselha escolher uma parede de casa: “Costumo dizer que a parede branca, para quem quer cor, é um começo. Mas o caminho contrário, transformar uma parede colorida em branca, também dá certo. Essa mudança já altera o sentimento que você tem pela casa e a sua percepção do ambiente. Sem contar que, se você errar a mão, isso é totalmente reversível”, pondera.
Na opinião do especialista em DIY, a parede também é uma forma de você ver, de verdade, se tem afinidade com essa atividade: “Pintar a parede é o primeiro nível. Se você perceber que não gostou e tiver achado trabalhoso, talvez seja um sinal para não passar disso, já que costuma ser o mais básico da decoração de Do It Yourself”.
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Do It Yourself combina com casa alugada? Dá para arriscar?
As gerações mais atuais não fazem tanta questão de investir em uma casa própria. Sendo assim, o aluguel é a realidade de grande parte dos millennials. E como ficam as transformações dos ambientes nesse caso? Como conseguir unir a vontade de customizar tudo, mas sem arrumar confusão com o proprietário depois?
Matheus sugere que conversar com a pessoa e fazer acordos é sempre bem-vindo. Inclusive porque o proprietário pode até gostar da intervenção no ambiente e adotá-la em definitivo.
“Eu sempre gosto de fazer modificações. Não vejo muito problema em pequenas mudanças, como pintar a parede, já que, de qualquer forma, sempre precisamos pintar de branco ao devolver. Então, por que não, nesse intervalo de tempo, deixar o ambiente do jeito que você gosta?”, recomenda.
Mas quem prefere não mexer com tantas transformações ainda tem a dica do papel de parede. Afinal, não faz tanta sujeira e não é tão complexo para colocar.
Como ter boas ideias e inspirações para o DIY?
Afinal, são elas que ajudam a ter boas criações, certo? Bem, a partir do momento em que você entra nesse mundo de Do It Yourself, é bom se preparar, já que boas ideias podem surgir a qualquer hora.
Pelo menos, é assim que funciona com Matheus: “Às vezes, estou lavando a louça e penso em alguma coisa. Em outros momentos, a ideia chega às 2 horas da madrugada. Não costumo deixar passar. Se é algo que não dá para executar na hora, escrevo em um lugar tudo o que passou pela minha cabeça”, revela.
Mas saiba que também dá para ir atrás de inspirações na internet. O especialista é fã do Pinterest, por exemplo. Lá, dá para encontrar desde decoração de apê com flores brasileiras até um passo a passo de como pintar um objeto. Mas, nesse caso, ele tem alguns critérios:
“Não costumo seguir pessoas de fora do país, pois acho que as diferenças de cultura e de acesso a materiais dificultam colocar em prática. Por exemplo, uma parede de drywall não é igual a uma de tijolo. A aplicação e os custos ficam bem diferentes”.
Além disso, Matheus deixa uma dica que vale para qualquer pessoa que costuma buscar inspirações por aí: a de sempre citar as devidas referências. Afinal, a sua ideia não foi tão original assim, não é mesmo?
Bem, Do It Yourself é uma mistura de filosofia, arte terapêutica, hobby, prática cult e, por que não, atividade lucrativa — já que, se você perceber que gosta e leva jeito, dá para fazer disso uma fonte de renda extra!
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